Vista da Feição Erosiva (FE) 40 após ações de recuperação
OBJETIVO DO PROGRAMA
Observar e conhecer a dinâmica dos processos erosivos na área de entorno do reservatório da UHE Queimado, avaliando a necessidade de adoção de medidas de recuperação. São realizados monitoramentos anuais, onde as Feições Erosivas cadastradas são vistoriadas.
SOBRE A UHE QUEIMADO
A Usina Hidrelétrica Queimado, com espelho d’água de 36,26 km², iniciou sua operação em 2004 e está localizada no alto curso do rio Preto, na divisa dos Estados de Minas Gerais, Goiás e do Distrito Federal. Seu reservatório ocupa áreas dos municípios de Unaí/MG, Cabeceira Grande/MG, Cristalina/GO, Formosa/GO e Região Administrativa do Paranoá/DF (RA VII).
O QUE É UMA EROSÃO?
A erosão é o processo natural de desgaste, transporte e acumulação de sedimentos nas camadas do solo. É causada por agentes erosivos como a água e ventos, mas pode ser potencializada por atividades antrópicas como a agricultura, a pecuária, a extração mineral, a exploração florestal, entre outras.
COMO FUNCIONA O PROGRAMA?
Uma vez por ano são realizadas atividades de campo com auxílio de um barco ao longo de todo o entorno do reservatório, a fim de se vistoriar os pontos cadastrados em campanhas anteriores, verificar se as erosões se tornaram maiores ou mais profundas no solo e avaliar a existência de novos focos erosivos. Para cada ponto é preenchida uma ficha com os principais dados da erosão tais como tipo, área, evolução, vegetação do entorno, fotos e mapa com os limites da área.
Ao final de cada monitoramento é escolhido um foco erosivo em estado crítico para ser controlado e recuperado.
CONTROLE E RECUPERAÇÃO DE EROSÕES
Até o momento seis feições erosivas às margens do reservatório passaram por processo de recuperação sendo:
• FE 01 com início de recuperação em janeiro de 2018;
• FE 18 com início de recuperação em 2019;
• FE 19 com início de recuperação em 2019;
• FE 04 com início de recuperação em 2020;
• FE 38 e FE 40 com início de recuperação em 2022.
O presente material informativo apresentará as atividades implantadas e resultados aplicados no controle dos processos erosivos da FE 40.
PROCESSO DE RECUPERAÇÃO DA FEAR 40
OBJETIVOS:
Executar as medidas e técnicas, previstas no Plano de Contenção e Recuperação da área erodida, para conduzir as áreas alteradas para um ambiente físico e ecologicamente equilibrado no contexto da paisagem local onde se encontra a FE-40.
CONTEXTUALIZAÇÃO
A FE-40 foi selecionada para a recuperação em substituição à FE-17, cuja localização está em local onde não são autorizadas intervenções. Para que fosse possível essa substituição, os focos erosivos monitorados pelo programa em 2021 foram reanalisados com execução do plano de recuperação da FE-40 no ano de 2022, porém em cumprimento à meta estabelecida para o ano de 2021. A escolha dessa feição, foi baseada no nível de severidade, pois a FE-40 apresentou nível extremo. A área é composta predominantemente por rocha decomposta por intemperismo químico para um material argiloso e friável, altamente suscetível a uma evolução do processo erosivo e perda de material (Brandt, 2022).
A execução das atividades realizadas pela Progaia para recuperação da FE 40 foi iniciada em setembro de 2022. Dessa forma, as medidas foram adotadas a fim de proporcionar a recuperação da área com estabilização física do terreno, assegurando a contenção de erosões e carreamento de sedimentos. Além disso, o plano visa o reestabelecimento de uma cobertura vegetal, possibilitando o retorno das funções básicas do solo sobre todas as superfícies alteradas.
De acordo com Brandt (2022), a feição é do tipo voçoroca de grande dimensão. No entorno, predominam campos sujos com manchas de solo exposto, contribuindo para a instabilidade do solo local. A visão da área onde se encontra a FE-40 pode ser observada na figura a baixo.
Localização FE 40
PROCEDIMENTOS ADOTADOS
Nesse tópico estão apresentadas as atividades que foram executadas em campo, nos meses de setembro a novembro de 2022. No período, foram realizadas atividades de:
-Cercamento da área, totalizando 400 metros de cerca;
- Contenção física dos taludes, por meio de implantação de retentores orgânicos e de biomanta.
- Microcoveamento do solo.
- Aplicação de adubo, calcário e semeadura de mix de sementes.
- Manutenção da área.
A figura 2 abaixo, representa de forma resumida, as medidas de contenção de erosão na FE-40.
Mapa com identificação das áreas de intervenções
para contenção de erosão FE 40
Construção de cerca na FE 40
Construção de cerca na FE 40
Instalação de retentores orgânicos na FE 40
Semeadura de mix de Sementes na FE 40
Semeadura de mix de Sementes na FE 40
Manutenção de áreas na FE 40
Manutenção de áreas na FE 40
RESULTADOS OBSERVADOS
A recuperação da área correspondente à FE 40, deverá ser analisado e monitorado ao longo dos próximos dois anos, com periodicidade trimestral, conforme indicado no Plano de Recuperação. Deverá ser verificada a eficácia dos sistemas de contenção dos processos erosivos aplicados, o sucesso geral da regeneração natural. Ademais será realizada a medição da porcentagem da cobertura vegetal do solo e a identificação da necessidade de tratos culturais complementares.
